domingo, 31 de julho de 2011

Vídeo

Boa Noite Colegas!
Encontrei este vídeo no youtube e achei super interessante.
E gostaria de compartilhar com vocês.
Espero que gostem.





Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=WDgGLJ3TPQU (visitado em 31/07/2011 às 19: 15 horas.

Cursista: Eremilda Vargas.


A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial.

Fonte: http://www.espacoacademico.com.br/022/22csilva.htm (visitado em 31/07/2011 às 14:00 horas).

Por: Suellen Pagotto dos Santos

sábado, 30 de julho de 2011


Cursista: Aleandra
Fonte:http://wjdwdefesadamulher.blogspot.com/2011/03/campanha-contra-violencia-as-mulheres.html
JULHO
Ontem à noite bateu-me e ameaçou matar-me.
Nem a maquiagem ou as mangas compridas poderiam ocultar
os cortes e golpes que me ocasionou desta vez.
Não pude ir ao emprego hoje
porque não queria que se apercebessem.
Mas eu sei que está arrependido
porque ele me enviou flores hoje.
E não era Dia das Mães ou nenhum outro dia.

Fonte: http://araretamaumamulher.blogspot.com/2009/12/poemas-sobre-violencia-da-mulher.html

Cursista: Aleandra

POR ACREDITAR NO PODER DAS IMAGENS

é que acho muito interessante postar imagens que expressem a idéia central do blog:
Promoção de Segurança e combate à violência. Então vamos começar...espero que gostem.

Cursista Aleandra

Fonte:www.google.com.br

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Violência a Mulher Negra.


A violência contra as mulheres, principalmente negras, é outro fator alarmante e impreciso em relação a dados estatísticos, já que muitas das que sofrem desse mal não denunciam seus agressores.
Alguns registros demonstram que a maioria das mulheres que denunciam são negras. O Centro de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (SOS Mulher), do Rio de Janeiro, apresenta dados (de março a maio de 1999) que revelam ser, das mulheres atendidas, 65,8% negras e 34,2% brancas.


http://www.overmundo.com.br/overblog/a-mulher-negra-e-pobre-no-brasil (visitado em 29/07/2011)


Por: Suellen Pagotto dos Santos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Frase do Dia para Reflexão.

"Você não é obrigado a gostar de ninguém, você só precisa respeitar os direitos do outro." ( Antônio do Glicério).

Bom Dia Pessoal.

Por: Suellen Pagotto dos Santos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Mulher Negra


Até a Constituição de 1988 a mulher era legalmente segunda categoria em relação ao homem. E a mulher negra ficava mais abaixo do que as brancas. Era pobre, negra e não sabia ler nem escrever.
No Brasil, sua história é marcada pela exploração sexual, violência e não-permissão de exercer sua plena liberdade. Os anos passaram, mas a sua submissão existe e relega seu papel a empregos desvalorizados, altos índices de prostituição e condições precárias de saúde e educação.

No entanto, a luta para transformar tal realidade toma força a partir da década de 70 com a participação das mulheres negras no movimento feminista e aparição na vida política, que antes ficava nas mãos de mulheres brancas, escolarizadas e de classe média alta.
A partir de 80, cada vez mais organizadas, as mulheres conquistaram direitos significantes para sua categoria. Passaram a freqüentar discussões na Assembléia Nacional Constituinte e realizaram uma articulação que ficou conhecida como Lobby do Batom, liderada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) e conseguiram eliminar a supremacia dos homens nas questões familiares; o direito da mulher casada declarar separadamente seu imposto de renda; os mesmos direitos para os filhos nascidos fora do casamento e matrimônio; os mesmos direitos para os casados e para os parceiros em uniões consensuais; licença-maternidade remunerada de 120 dias e licença-paternidade remunerada de 5 dias; a classificação da violência sexual como crime contra os direitos humanos e não como crime moral; direitos trabalhistas e previdenciários estendidos aos trabalhadores domésticos.

http://www.overmundo.com.br/overblog/a-mulher-negra-e-pobre-no-brasil,(visitado em 27 de julho de 2011.



Por Suellen Pagotto dos Santos

domingo, 24 de julho de 2011

Estudo do cotidiano das relações de gênero e raça do município de Afonso Cláudio - ES.

Figura1: Mães que sustentam e educam seus filhos sem a presença do pai.


               O gráfico (Figura 1) apresenta o estudo em que a mãe sustenta e educa os filhos sem a presença do pai, seus filhos estudam na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Jorge Haddad no Bairro São Vicente do Município de Afonso Cláudio – ES. Foram entrevistadas 50 famílias, e constatou que (80%) das mães são negras, (16%) das mães são pardas, (4%) das mães são brancas.
Figura 2: Média salarial das mães que sustentam e educam seus filhos sem a presença do pai.

No gráfico (Figura 2) apresenta média salarial das 50 famílias (mães) entrevistadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Jorge Haddad no Bairro São Vicente do Município de Afonso Cláudio – ES.  A pesquisa constatou que (72%) das mães recebem abaixo de um salário mínimo, (20%) das mães recebem igual ou acima de um salário mínimo (4%) das mães estão desempregadas.
Figura 3: Profissão das mães que sustentam e educam seus filhos sem a presença do
pai.



              No gráfico (figura 3) apresenta a profissão das 50 famílias (mães) entrevistadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Jorge Haddad no Bairro São Vicente do Município de Afonso Cláudio – ES.  A pesquisa constatou que (60%) são trabalhadoras rurais, ou seja, trabalham na colheita do café para sustentar a família e depende do programa federal Bolsa Família, (30%) são empregadas domésticas e depende do programa federal Bolsa Família, (10%) estão desempregadas e depende do programa federal Bolsa Família. 




Levantamento de Violência Contra Mulher no Município de Afonso Cláudio

Ano de referência: de 2008 a 2010

Agressão Psicológica 17,7%
Agressão Física 77,7%

Fonte: Delegacia de Polícia de afonso Cláudio- ES

Desenvolvendo Conceitos do Módulo I

Dentro da análise das questões de gênero e raça, desenham-se caminhos para reduzir e combater as situações vividas pelos grupos historicamente discriminados.
Como ponto de partida torna-se imprescindível destacar a atuação do Estado como principal responsável pelas ações  destinadas ao bem estar social, chamadas assim de políticas públicas. Ações essas que também podem ser desenvolvidas por instituições privadas ou organizações  internacionais com ou sem a parceria do Estado.
Essas políticas públicas podem ser Focalizadas, Universalistas ou Afirmativas.
Políticas Focalizadas  são ações específicas à um grupo discriminado, que visam o combate  ou redução da situação de desigualdade.
Políticas Universalistas são ações prestadas pelo governo, voltadas a combater a desigualdade social. Entretanto, tais políticas não se destinam a determinados grupos específicos, mas a toda população.
Já as Políticas Afirmativas tem o objetivo de combater as desigualdades sociais  e prevenir o surgimento de novas desigualdades além de criar métodos para incluir grupos discriminados no contexto social.
Porém, na atualidade tem entrado em  cena as políticas afirmativas ou políticas de Oportunidades (ou ainda Políticas de Discriminação Positiva) que por seu caráter inovador  introduz o conceito de discriminação positiva, que significa o reconhecimento de uma situação de desigualdade e propõe ações de reparação ou compensação dos grupos historicamente discriminados.
Destaca-se nesse contexto, as cotas para afrodescendentes  e cursos profissionalizantes para mulheres como ações afirmativas que visam o empoderamento desses indivíduos através do acesso igualitário à educação e ao mercado de trabalho para a construção de uma realidade que garanta a equidade entre todos/as.

Lançado o Anuário das Mulheres Brasileiras 2011

05.07.2011 - A SPM/PR e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançaram em São Paulo, na última segunda-feira (4/7), o Anuário das Mulheres Brasileiras 2011
A publicação reúne dados oriundos de pesquisas realizadas por diversas fontes, como OIT, Pnad, TSE e Datasus, com o intuito de subsidiar políticas públicas voltadas à promoção da igualdade de gênero.
 A pesquisa mostra como a inserção das mulheres no mercado de trabalho reflete as funções sociais historicamente desempenhadas por elas, relacionando-as ao espaço privado, ao cuidado do lar e dos filhos. De acordo com os indicadores disponibilizados no Anuário, a maioria das mulheres ocupadas está alocada em setores relacionados aos serviços de cuidados como educação, saúde e serviços sociais, alojamento, alimentação e serviços domésticos (a proporção de mulheres em tais setores é de 17%, ao passo que a proporção masculina é de 7,8%).  Os dados indicam que, por mais que as mulheres tenham ampliado sua participação na sociedade e no mercado de trabalho, elas ainda encontram dificuldades de se inserir em setores que ofereçam maior remuneração e que sejam menos precarizados.
O capítulo do Anuário que trata do trabalho doméstico mostra que o tempo dedicado a esse tipo de atividade é superior entre as mulheres, independentemente de seu status de ocupação (tempo médio semanal de dedicação de 22,4 horas em contraste com a média de tempo dos homens, de 9,8 horas). Entre as mulheres inativas, o tempo dedicado aos afazeres domésticos é ainda maior, em média 27,7 horas por semana, ao passo que os homens nessa situação gastam somente 11,2 horas. Quando as mulheres têm ocupações no mercado de trabalho, o número de horas gastas com o trabalho doméstico se reduz – 21,6 horas por semana – mas, mesmo assim, continua bastante superior ao tempo despendido por homens que têm empregos – 9,5 horas por semana.
 Outra grande discrepância entre os gêneros apontada pela pesquisa é a relação entre grau de instrução e remuneração: as mulheres representam a maior parte da população economicamente ativa (PEA) com nível superior (53,6%), enquanto que entre os homens esse total equivale a 51,3%. A despeito disso, nos cargos com nível superior completo, as mulheres recebem apenas 63,8% do salário dos homens. Ainda que os valores sejam menores que os obtidos pelos homens, a renda feminina é importante para a composição da renda familiar: no Brasil, em 2009, as mulheres contribuíram, em média, com pouco menos da metade (47,9%) do total dos rendimentos da família. Entre os segmentos com faixas de renda menores, em especial nas famílias com até ¼ de salário mínimo, percebe-se uma participação significativa da renda mensal das mulheres no total da renda mensal familiar, principalmente na região Centro-Oeste (61,2%).
 Quanto às informações referentes à violência contra a mulher, os dados da Pnad 2009 mostram que 43,1% das mulheres já foram vítimas de violência em sua própria residência. Entre os homens, esse percentual é de 12,3%. Entre todas as mulheres agredidas no país, dentro e fora de casa, 25,9% foram vítimas de seus cônjuges ou ex-cônjuges. A Ouvidoria da SPM/PR registrou um aumento significativo no número de atendimentos realizados por meio do Ligue 180: em 2006, foram feitos 46 mil atendimentos. Em 2010, esse número aumentou para 734 mil. Desse total, 108 foram denúncias de crimes contra a mulher, dos quais a maioria constituía casos de violência.

Acessem a pesquisa na íntegra: http://www.sepm.gov.br/noticias/documentos-1/anuario_das_mulheres_2011.pdf

Fonte: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/lancado-o-anuario-das-mulheres-brasileiras-2011


Postado por: Graciane Barbosa Bautz

sábado, 23 de julho de 2011

Violência Racial

                                                        (Zilma de Lourdes Nascimento, formada em Letras - Português/Inglês pelo   UNASP - Centro Universitário Adventista de São Paulo) 
          Ao pensarmos sobre violência racial, vem à mente a história inicial do Brasil e, também, a história do próprio cristianismo. Mas, afinal, haveria tal violência caso todos entendêssemos que sempre fomos iguais perante a LEI (CF Art. 5º)? E, se a LEI assim nos define, por que esse tipo de violência existe?
          Na verdade, nós seres humanos temos dificuldades em entender e aceitar as diferenças. Não aprendemos a lidar com o que não se encaixa no que chamamos de igualdade. Esse foi o caso entre judeus e samaritanos, onde aqueles não aceitavam estes por questões raciais e, por isso, chegavam (os judeus) a fazer viagens mais longas quando precisavam ir à Galiléia para não pisarem em terras samaritanas. “Um judeu de verdade não tinha nenhuma relação com samaritanos que se constituíam de uma raça de mestiços de israelenses desviados com gentios [estrangeiros].”[1] E, bem mais tarde, os próprios judeus sofreram a violência brutal efetivada por Hittler.

O termo anti-semitismo foi criado no século 19, quando as teorias religiosas que acusavam os judeus de deicídio ficaram caducas. Nesse momento, a partir de uma leitura tergiversada das teorias ligadas ao darwinismo social, o motivo para perseguir os judeus começou a ancorar-se em pressupostos biológicos. Assim, para Hitler, existiam três raças: as “fundadoras” ou superiores, representadas pelos povos germânicos, as “depositárias”, pelos povos eslavos, e as “destruidoras” ou inferiores, que tinham nos judeus o exemplo paradigmático.[2]

Vindo para a nossa história, é interessante salientar que vivemos muito sob a bela perspectiva de que moramos num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza... como menciona a letra da melodia de Jorge Bem Jor e Wilson Simonal, quando, na verdade, há um pano de fundo que mancha essa visão: temos um histórico de pessoas que sofrem devido à sua raça. São, principalmente, índios e negros que participaram do “desenvolvimento” do país, mas que têm seus direitos limitados, vivem muito à margem do que outras raças vivem, tanto no âmbito social quanto no político. Como mencionado por Dojival Vieira, Jornalista, Editor de Afropress - Agência Afro-Étnica de Notícias,

Nascer negro, no Brasil, como se vê, não significa apenas ser candidato a viver nos piores indicadores de carência e pobreza, ganhar cerca de 54% menos, não frequentar escolas públicas de qualidade e estar condenado a condições subalternas. Significa, principalmente: morrer mais cedo.[3]

          Com os índios não é diferente. Mesmo tendo sido parte fundamental na formação do Brasil (conforme os parâmetros portugueses),

As diferenças se acentuaram, levando à formação de uma hierarquia de classes que deixava evidentes a distância e o prestígio social entre colonizadores e colonos. Os índios e, em especial, os negros permaneceram em situação de desigualdade situando-se na marginalidade e exclusão social, sendo esta última compreendida por uma relação assimétrica em dimensões múltiplas – econômica, política, cultural. Sem a assistência devida dos órgãos responsáveis, os sujeitos tornam -se alheios ao exercício da cidadania.[4]

          Cidadania esta muito mais distante das mulheres, tanto negras quanto índias. Além de toda a violência racial sofrida devido à raça, há os problemas que aparecem e se desenvolvem devido ao gênero.

Como diz Sueli Carneiro , o estupro colonial praticado pelos homens brancos desde a época da colônia contra negras e indígenas ainda hoje perpetua a imagem da mulata disponível, submissa e dócil. A história violenta do patriarcado e do escravismo se desemboca em outras situações de violência contra as mulheres negras como o turismo sexual e o tráfico de mulheres, além da violência psicológica, do abuso sexual e da privação.[5]

          E somos nós, as mulheres (não importando raça, cor, origem, etc.) que exercemos e temos que exercer um papel de fundamental importância social, uma vez que estamos à frente da sociedade primeira – nosso lar, onde começam a formação, a informação e a transformação da sociedade mais ampla. É dessa forma que se poderão aparecer mudanças nas políticas, nos relacionamentos pessoais e sociais e, também, renascer e fazer viver o discurso do famoso Martin Luther King: I have a dream[6], onde ela já falava dessa necessidade de todos serem tratados de forma igualitária, fazendo valer as leis civis e religiosas que regem nosso país.



Relato acontecido na nossa comunidade.

O cotidiano do brasileiro moderno reflete bem o despreparo social para se adaptar as mudanças impostas pela velocidade das informações que chegam até nós. Fato que a globalização e a infromação em rede facilita o acesso as novidades no aglomerados urbanos, e deixa em desvantagem a população que está menos favorecida tecnologicamente, ou seja, nos interiores das cidades.Também não é regra que o acesso a informação é fator preponderante para mudanças de costumes. Todo dia, vemos notícias de violência racial dentro do nosso país, a exemplo de outros países também.
É comum vermos diariamente pelos meios de comunicação mais usados, casos de violência com outras raças, gêneros e entre os representantes das diferentes regiões do país.
Nem precisamos sair da nossa cidade para relatar um caso de violência, como é o caso do nosso grupo de trabalho, que se recorda bem do fato a seguir.
Uma família formada por pai, de aproximadamente 20 anos; mãe, de aproxidamente 15 anos e criança recém nascida, de aproximadamente 60 dias. O pai que acordou um dia incomodado pelo choro da criança na madrugada, resolveu espancá- la ate a morte. Depois de executar a criança com vários socos, ignorando os apelos da mãe, o pai enterrou o corpo no quintal da casa. Após isso obrigou a mãe a não relatar o fato a ninguém, sob a ameça de morte. A mãe desesperada e desorientada pela violência do fato ocorrido, preferiu se calar diante das ameças do pai.
A história retrata bem como a violência pode estar na casa ao nosso lado. E que apesar de tantas transformações e inovações, o mundo moderno é refém da ignorância. Principalmente a mulher, que ainda é quem mais sofre atos de violência conjugal, familiar e social.
É chocante como pessoas mesmo que  bem informadas, desenvolvem uma notável insensibilidade para determinadas questões. Infelizmente a sociedade ainda tem a capacidade de ignorar casos como esses. Isso reforça que a violência gera mais violência, uma vez que essa anônima família ganhou o desprezo social depois que a violência dentro de casa se tornou de conhecimento público.

Por Eremilda Vargas  e Suellen Pagotto, componentes do grupo de trabalho.

domingo, 17 de julho de 2011

Raci(on)al

Somos pardos, negros, brancos, amarelos....
Somos uma mistura de cores
que não se definem
mas que exprimem identidades, vontades, culturas:
Nada que nos torne (in)diferentes.
Nada que nos torne melhores ou piores.

A ilusão do olhar é que nos faz tão irracionais.

Zilma Nascimento

sábado, 16 de julho de 2011

A História da Escrava Anastácia...


“A escrava Santa”= Nos meios que militam as lideranças negras, femininas ou masculinas, fala-se muito sobre quem foi e como teria sido a vida e a história da “Escrava Anastácia”, que muitas comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente, as ligadas à religião católica apostólica romana, gostariam de propor à sua Santidade, o Papa, para que fosse beatificada ou santificada, dentro dos preceitos e dos ritos canônicos que regem este histórico e delicadíssimo processo.
Pelo pouco que se sabe desta grande mártir negra, que foi uma das inúmeras vítimas do regime de escravidão, no Brasil, em virtude da escassez de dados disponíveis a seu respeito, pode-se dizer, porém, que o seu calvário teve início em 9 de abril de 1740, por ocasião da chegada na Cidade do Rio de Janeiro de um navio negreiro de nome “Madalena”, que vinha da África com carregamento de 112 negros Bantus, originários do Congo, para serem vendidos como escravos em nosso País. Entre esta centena de negros capturados em sua terra natal, vinha, também, toda uma família real, de “Galanga”, que era liderada por um negro, que mais tarde se tornaria famoso, conhecido pelo nome de “Chico-Rei”, em razão de sua ousada atuação no circuito aurífero da região que tinha por centro a Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, “Delmira”, Mãe de “Anastácia”, era uma jovem formosa e muito atraente pelos seus encantos pessoais, e, por ser muito jovem, ainda no cais do porto, foi arrematada por um mil réis. Indefesa, esta donzela acabou sendo violentada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual “Anastácia”, sua filha, possuía “olhos azuis”, cujo nascimento se verificou em “Pompeu”, em 12 de maio, no centro-oeste mineiro.
Antes do nascimento de “Anastácia”, a sua Mãe “Delmira” terias vivido, algum tempo, no Estado da Bahia, onde ajudou a muitos escravos, fugitivos da brutalidade, a irem em busca da liberdade. A história nefanda se repete: “Anastácia”, por ser muito bonita, terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos filhos de um feitor, não sem antes haver resistido bravamente o quanto pôde a tais assédios; depois de ferozmente perseguida e torturada a violência sexual aconteceu. Apesar de toda circunstância adversa, “Anastácia” não deixou de sustentar a sua costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o que provocou o ódio dos brancos dominadores, que resolvem castigá-la ainda mais colocando’lhe no rosto uma máscara de ferro, que só era retirada na hora de se alimentar, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mas heróica existência.
As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da “Negra Anastácia”. ( Onde seu espírito, combate a inveja, ciúmes e a injustiça).
“Anastácia”, já muito doente e debilitada, é levada para o Rio de Janeiro onde vem a falecer, sendo que seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário que, destruída por um incêndio, não teve como evitar a destruição também dos poucos documentos que poderiam nos oferecer melhores e maiores informações referente à “Escrava Anastácia” – “A Santa” ( assim, é cultuada dentro da Religião Afro-Brasileira), além da imagem que a história ou a lenda deixou em volta de seu nome e na sua postura de mártir e heroína, ao mesmo tempo.
Fontes: Da revista Suingando – Quem é Quem na Negritude Brasileira.